O REVERSO DO OLHAR: AS REPRESENTAÇÕES DE SI E DO OUTRO NO
CONFRONTO ENTRE DOIS MUNDOS
Nome: SANDRA DOS REIS ABRANTES NUNES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 23/04/2015
Orientador:
Nome | Papel |
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WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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JÚLIA MARIA COSTA DE ALMEIDA | Examinador Interno |
MARCUS VINICIUS DE FREITAS | Examinador Externo |
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO | Orientador |
Resumo: O objetivo de minha pesquisa é identificar e descrever os modos de representação de si
e do Outro no confronto entre os diferentes modelos de civilização, ocasionado pela
descoberta do continente americano. A hipótese de minha pesquisa tem como ponto
de partida o conceito de Sartre de que o Outro só é acessível ao sujeito por meio do
olhar que se transforma em conhecimento e se converte na representação do Outro e de
si, reciprocamente e de que o olhar do Outro, ao incidir sobre o sujeito, o faz ver-se
nesse olhar e reconhecer-se no modo como o Outro o vê, revelando-lhe não apenas o
que ele é, mas também, constituindo-o ao afetar sua maneira de se ver e de ver o mundo
em que vive. Tomo como contraponto teórico a proposta de Orlandi de, apesar do
complicado processo de contenção de sentidos e de asfixia do sujeito que constitui o
mecanismo de silenciamento que caracteriza os discursos sobre os índios, utilizar esse
mesmo mecanismo para possibilitar a observação de um direito e de um avesso e,
mediante a explicitação desses processos de significação, trazer à tona o que foi
silenciado. Em meu trabalho, dentro de uma perspectiva comparatista, procuro, num
primeiro momento, verificar a visão que o europeu tinha de si e dos habitantes do
continente descoberto e analisar as formas discursivas com que o europeu representa a
si mesmo e ao índio. Em seguida, busco rastrear o discurso indígena oculto no discurso
europeu e, por meio desse, a visão que o índio tinha de si e do invasor europeu bem
como sua forma de representá-los. Por último, destaco o discurso de autores mestiços e
indígenas ao representarem a si mesmos e ao Outros.