Entre o encenado, o visto e o escrito: O silêncio. Escuta do diário de Frida Kahlo
Nome: MARIA LUCIA KOPERNICK DEL MAESTRO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 27/10/2014
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
PAULA REGINA SIEGA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
ANDRÉ LUIS MITIDIERI PEREIRA | Examinador Externo |
JORGE LUIZ DO NASCIMENTO | Examinador Interno |
MARIA AMÉLIA DALVI SALGUEIRO | Examinador Interno |
MARIA BERNADETTE CUNHA DE LYRA | Examinador Externo |
PAULA REGINA SIEGA | Orientador |
Resumo: O corpus central desta pesquisa é O diário de Frida Kahlo, um autorretrato1 íntimo,
edição póstuma do relato feito pela artista nos dez últimos anos de sua vida (1944-
1954). O livro é composto por um texto híbrido em que se superpõem autorretratos,
cores, colagens, figuras e variados tipos de escrita: pensamentos, poemas, cartas e
relatos de sonhos, misturados aos do pretenso cotidiano da autora. Tal qual aparece na
sua versão pública, o diário parece ser um interlocutor passivo do pensamento de Frida
Kahlo, aparentemente desordenado e sem lógica. Mas, por ele, podemos perceber a
potência e a fragilidade de obra e figura da autora, bem como a capacidade de resistir
viva dentro de seu tempo e de ultrapassá-lo através do seu legado artístico, no qual
encontramos traços da sua memória pessoal, indissociável da memória mexicana. A
partir de postulados teóricos em torno da escrita de si, autobiografia, diário, memória e
performance, bem como sobre a história e cultura do México, procuraremos entender
como Frida Kahlo constrói essa forma híbrida. Denominando-o texto pictórico e
interpretando-o como manifestação da poética da autora, trataremos de verificar a
hipótese de que, em seu diário, Frida Kahlo usa a performance para encenação de si e da
sua obra, mise en abyme.