A INTUIÇÃO COMO MÉTODO NA COMPOSIÇÃO DE ÁGUA VIVA (VERSÃO FINAL), DE CLARICE LISPECTOR: A VIZINHANÇA DA LITERATURA E A FILOSOFIA DE BERGSON.

Nome: CARLOS ANDRÉ DE OLIVEIRA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 26/08/2014
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUÍS EUSTÁQUIO SOARES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DENEVAL SIQUEIRA DE AZEVEDO FILHO Examinador Interno
LUÍS EUSTÁQUIO SOARES Orientador
MARCELO CHIARETTO Examinador Externo
MARIA AMÉLIA DALVI SALGUEIRO Examinador Interno
WANDER MELO MIRANDA Examinador Externo

Resumo: O presente trabalho pretende investigar a intuição como método no processo de criação de Clarice Lispector, analisando as relações entre literatura e filosofia. É possível constatar nos textos dessa autora uma experiência pensante com a linguagem literária na vizinhança da filosofia. O texto Água viva (versão final), texto fronteiriço, que se situa no espaço medial, na margem entre o literário e o filosófico, é o corpus principal deste trabalho, permitindo certa delimitação. Porém, os demais textos de Clarice também servem como suporte da pesquisa. A hipótese que guia esta investigação seria a de que o trabalho literário dessa autora sempre foi na verdade sobre o pensamento. Não o pensamento lógico, racional, cartesiano ou existencialista. Mas outra modalidade de pensamento: o pensamento atrás do pensamento, na duração, e suas variações, que a nosso ver está ligado diretamente à intuição e que permite aproximar Clarice Lispector e a filosofia de Henri Bergson. Porém nosso objetivo não será o de buscar uma relação de identidade absoluta entre a literatura de Clarice Lispector e a filosofia de Henri Bergson, mas sim de encontrar os devires que se encadeiam ou coexistem em níveis, em zonas de vizinhança, de indiscernibilidade, de indiferenciação. A intuição que aparece no texto de Clarice Lispector não é idêntica a de Henri Bergson (a intuição filosófica), mas sim outro tipo de intuição: a intuição estética que vai mais longe do que a filosofia porque faz ver mais coisas em extensão, nos colocando diretamente na duração, na temporalidade real, no movimento contínuo que não para: continua.

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