A narrativa policial de Rubem Fonseca: o caso Mandrake, a bíblia e a bengala
Nome: GABRIELA NUNES DE DEUS OLIVEIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/08/2014
Orientador:
Nome | Papel |
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FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ADAURI SILVA BASTOS | Examinador Externo |
FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER | Orientador |
JORGE LUIZ DO NASCIMENTO | Examinador Interno |
Resumo: Em 2005, Rubem Fonseca lança o livro Mandrake, a Bíblia e a bengala, reutilizando um dos seus personagens mais famosos, o advogado Paulo Mendes, conhecido como Mandrake, em mais duas histórias de cunho investigativo. Esta pesquisa consiste em um estudo das duas novelas que compõem o livro, com o objetivo de observar como nessa obra Rubem Fonseca mantém aspectos já presentes em outras narrativas protagonizadas pelo advogado-detetive Mandrake: a apropriação da tradição da literatura policial e o deslocamento das regras do gênero. Para tanto, com base nos conceitos teóricos provenientes de Medeiros e Albuquerque (1973, 1979); Mandel (1988); Boileau & Narcejac (1991); Todorov (2003), analisamos as características do gênero policial, conferindo destaque para dois principais subgêneros: o romance de enigma, pautado na crença na racionalidade analítica que leva de modo impecável o detetive à resolução final dos crimes; e o romance negro, que se ambienta no submundo brutal da corrupção e do crime, das relações ambíguas, o que viabiliza a emergência de um novo tipo de detetive: duro, brutal e falível. A partir daí, realizamos uma breve apresentação da literatura policial produzida no Brasil, e em seguida delineamos as principias características dos textos policiais de Rubem Fonseca. Por fim, analisamos o modo como o autor subverte os limites do gênero policial na composição de suas novelas, na medida em que ativa técnicas literárias próprias de ambos os subgêneros e que apresenta Mandrake ora como um detetive ambíguo, ora como um detetive que não detecta os crimes.