O eterno feminino retorno: Marias, Evas e Liliths no discurso de (des)sacralização saramagueano
Nome: ALINE PRÚCOLI DE SOUZA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 03/03/2011
Orientador:
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Papel |
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ESTER ABREU VIEIRA DE OLIVEIRA | Orientador |
Banca:
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Papel |
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ESTER ABREU VIEIRA DE OLIVEIRA | Orientador |
FRANCISCO AURELIO RIBEIRO | Suplente Externo |
JORGE LUIZ DO NASCIMENTO | Examinador Interno |
MARIA MIRTIS CASER | Suplente Interno |
ROSANA CRISTINA ZANELATTO SANTOS | Examinador Externo |
Resumo: Com base na obra de José Saramago, analisamos a relação conflitante entre o feminino e a religião cristã. Privilegiamos os romances Terra do Pecado, O Evangelho segundo Jesus Cristo e Caim, por entendermos que nesses a temática seja discutida com maior intensidade. No entanto, não deixamos de considerar outros livros do autor que também trazem à tona esta questão. Ao lançarmos mão de conceitos da teoria pós-moderna, de cujos representantes destacamos Linda Hutcheon e Gianni Vattino, procuramos compreender como se estabeleceram as conexões que deram à relação feminino-religião um sentido de (des)sacralização. Por termos constatado em nosso corpora a existência de um movimento cíclico, que oferece um sentido de (re)visão paródica e carnavalesca, empenhamo-nos em refletir sobre o processo de desdobramento de sua obra. A partir de conceituações teóricas, principalmente de Nietzsche e Deleuze, observamos como se inscreveram as concepções de eterno retorno e de diferença e repetição, enquanto mecanismos de (re)leitura cíclica do discurso literário saramagueano. E, nesse sentido, verificamos como ocorreu a (re)inserção do feminino, enquanto elemento da desarticulação, na composição dogmática patriarcal. Na obra de iniciação literária de Saramago, Terra do Pecado, encontramos, nas personagens Maria Leonor e Benedita, um fio que nos auxiliou a percorrer o exterior humano, em uma viagem de (re)leitura e compreensão. Adentramos, a partir de O evangelho segundo Jesus Cristo, guiados por Maria de Nazaré e Maria de Magdala, um labirinto interior, onde permanecemos até encontrar uma nova porta de saída. Em Caim, com a ajuda de Eva e Lilith, visualizamos uma abertura, através da qual saímos para liberar as vozes de todos os personagens. Atamos as pontas do fio orientador, considerando o feminino como chave para abertura e fechamento daquilo que, para nós, configurou-se como o grande ciclo da escrita saramagueana.