A REPRESENTAÇÃO DA 'MULHER FEIA' NA REVISTA VIDA CAPICHABA NOS ANOS 1920
Nome: KESIA GOMES DA SILVA
Data de publicação: 15/08/2025
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| ANDRESSA ZOI NATHANAILIDIS | Presidente |
| EDNA DA SILVA POLESE | Examinador Interno |
| PAULO ROBERTO SODRÉ | Examinador Interno |
| WALLAS GOMES ZOTELI | Examinador Externo |
Resumo: Esta dissertação investiga a representação da “mulher feia” na revista Vida Capichaba
durante a década de 1920, com ênfase em textos literários extraídos do periódico que
vinculavam padrões de beleza e feiura feminina à moralidade social da época. A partir
de um corpus formado tendo como temática a feiura da mulher, analisa-se como o
discurso sobre a feiura operava da década de XX sendo um mecanismo de controle
simbólico e reafirmação da ordem patriarcal, ao reforçar estereótipos para a “mulher
feia” da perfeita dona do lar. A pesquisa insere-se nos estudos literários de caráter
documental, fundamentando-se em autores como Roger Chartier (1991; 1995; 2002),
Pierre Bourdieu (1989), Michel Foucault (1996; 2008), Umberto Eco (2004; 2007),
Naomi Wolf (2019) e Joana Novaes (2006) para discutir as noções de representação,
feiura feminina, poder simbólico e discurso. Para um levantamento a respeito da história
social das mulheres, utilizamos as contribuições de Mary del Priore (2017). A partir do
ponto de vista linguístico, recorremos aos estudos de Luiz Carlos Travaglia (2015). O
estudo revela que a mulher considerada feia era, muitas vezes, exaltada como ideal para
o casamento por não representar ameaça à ordem patriarcal dominante, sendo oposta à
mulher bela e, portanto, “perigosa”. A análise evidencia a misoginia declarada dos
autores tanto para as “bonitas”, quanto pelas “feias”, ao excluir a identidade das
mulheres através do discurso na imprensa, concedendo a elas a naturalização de
comportamentos, ou a repetição de padrões que visavam o conservadorismo
provinciano da época.
