A DITADURA NÃO VAI AO TEATRO: UMA FEIRA BRASILEIRA DE OPINIÃO
Nome: MARCELA OLIVEIRA DE PAULA
Data de publicação: 30/08/2023
Banca:
Nome | Papel |
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FABIOLA SIMAO PADILHA TREFZGER | Examinador Interno |
KARINA BERSAN ROCHA | Examinador Externo |
MARCELO PAIVA DE SOUZA | Examinador Externo |
RAIMUNDO NONATO BARBOSA DE CARVALHO | Presidente |
SERGIO DA FONSECA AMARAL | Examinador Interno |
Resumo: Tendo em vista a importante resistência estabelecida pelo teatro brasileiro durante os anos da ditadura militar (de 1964 a 1985), propõe-se a análise de cinco peças reunidas, em 1978, sob o título de Feira brasileira de opinião, quando tiveram sua encenação proibida, sendo elas: Prefácio em forma de peça, de Décio de Almeida Prado; O Túnel, de Dias Gomes; Janelas Abertas, de Gianfrancesco Guarnieri; O Mito, de Lauro Cesar Muniz, e Sobrevividos, de Leilah Assunção. O livro conta com um conjunto de dez peças com textos de representativos dramaturgos do período – Carlos Henrique Escobar, Carlos Queiroz Teles, Dias Gomes,
Gianfrancesco Guarnieri, João das Neves, Jorge Andrade, Lauro César Muniz, Márcio Souza, Leilah Assunção e Maria Adelaide Amaral –, apresentação de Ruth Escobar e prefácio em forma de peça de Décio Almeida Prado. A Feira oferece uma análise não só da conjuntura política da época, mas, também, do debate estético do teatro nacional. Com essa perspectiva e apoiada em textos acerca dos anos da ditadura militar, do ponto de vista teatral (ARRABAL, 2005; BOAL, 2020; MICHALSKI, 1979; ROSENFELD, 2014), pelo viés histórico (GASPARI, 2014; 2016; SCHWARZ, 1978; REIS, 2014; VENTURA, 2013), enfatizando a questão da censura (ALBIN, 2002; FAGUNDES, 1975; GARCIA; SOUZA, 2019; SANTIAGO, 2019), esta tese propõe discutir a tensão entre ética e estética na dramaturgia brasileira dos anos de chumbo, inserindo-se na política de memória acerca do período. Para análise das cinco peças que compõem a publicação, ainda virão ao debate textos de teoria do texto teatral (PAVIS, 2015; SZONDI, 2011; ÜBERSFELD, 2013), sobre humor (BERGSON, 1980; PROPP, 1992) e estudos sobre a mídia e a classe média da época (ALMEIDA; WEIS, 1998; HAMBUGUER, 1998).