OS CAPITÃES DA AREIA COMO AGENTES DA RESISTÊNCIA AO PROJETO
BIOPOLÍTICO DE ANIQUILAÇÃO DOS OUTROS
Nome: LUCIMAR SIMON
Data de publicação: 20/10/2023
Banca:
Nome | Papel |
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EDUARDO ORTIZ | Examinador Externo |
JOAO CLAUDIO ARENDT | Examinador Interno |
JORGE LUIZ DO NASCIMENTO | Examinador Interno |
SARAH MARIA FORTE DIOGO | Examinador Externo |
VITOR CEI SANTOS | Presidente |
Resumo: O romance Capitães da Areia (1937) apresenta o cotidiano de um grupo de crianças em
situação de rua na cidade de Salvador (BA). O objetivo desta tese é apresentar argumentos
teóricos-críticos que expliquem como a literatura e o grupo Capitães da Areia, personagens da
ficcionalidade de Jorge Amado, podem ser considerados agentes da resistência ao projeto
biopolítico de aniquilação dos outros. A partir de fundamentação teórica em Adorno, Foucault,
Mbembe, Ariès, Del Priore e outros, argumentamos que um grupo de crianças em situação de
rua, que são consideradas infortúnios, estigmas sociais e indesejáveis em uma sociedade, se
tornam uma força de resistência contra representantes da burguesia e instituições
governamentais do Estado e da Imprensa para não ser extirpado por um projeto biopolítico de
aniquilação em curso na sociedade baiana a partir da década de 1930. Família, Estado, Imprensa
e Igreja são as instituições sociais que formam a base reguladora de um conjunto quadripartite
de correlações de forças e suas representações geram as ideias-forças que estão no cerne da
composição textual e que seguem permeando todo o desenvolvimento do romance.
Palavras-chave: Jorge Amado. Capitães da Areia. Estado de Exceção. Biopolítica. Resistência.