A profanação da Biopolítica em O caderno rosa de Lori Lamby, de Hila
Hilst
Nome: DÉBORA FRANÇA TEIXEIRA WERRES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 24/02/2023
Orientador:
Nome | Papel |
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LUÍS EUSTÁQUIO SOARES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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JOÃO CLAUDIO ARENDT | Examinador Interno |
JOÃO RICARDO DA SILVA MEIRELES | Suplente Externo |
LUÍS EUSTÁQUIO SOARES | Orientador |
PAULO MUNIZ DA SILVA | Examinador Externo |
SÉRGIO DA FONSECA AMARAL | Suplente Interno |
Resumo: Esta pesquisa de mestrado analisou a profanação da biopolítica na obra O caderno rosa de Lori Lamby (1990), de Hilda Hilst. A hipótese que foi levada em consideração foi relacionada ao conceito de biopolítica, de Michel Foucault, tomando os eixos da anátomo-política disciplinar do corpo humano e os controles regulatórios da biopolítica da população. O romance hilstiano ofereceu uma oportunidade singular para pensar o avesso do estado de exceção da modernidade, conceito estudado por Walter Benjamim e Giorgio Agamben. Partindo desse diálogo teórico, argumentamos que o estado de exceção da modernidade constitui-se por meio do biopoder em um contexto civilizacional em que o dispositivo da sexualidade assumiu uma importância axial. Daí foi possível analisar o romance em tela como literatura de profanação, relativamente ao liame do estado de exceção do biopoder, uma vez rompido por meio da ficção da blasfêmia por meio de um discurso literário perjurado e maldito, no duplo sentido de uma literatura ou de uma poética de perjuro, no seu estilo ou na sua desestruturada estrutura. Com o estudo do romance em questão, de Hilda Hilst, esta pesquisa se buscou contribuir com o esforço teórico para pensar o problema da ausência, na literatura científica, de análises sobre as obras de Hilda Hilst lincando-as ao tema do estado de exceção e, muito especialmente, ao moderno estado de exceção do biopoder e a sua profanação presente na obra em estudada. Ao mesmo tempo tem a finalidade de colaborar com a fortuna crítica sobre a literatura hilstiana em uma perspectiva metodológica interdisciplinar.
Palavras-chave: Hilda Hilst; Biopoder; Estado de exceção; Profanação; Vida nua.