Os gêneros retóricos e seu caráter poético-argumentativo em Prosopopéia, de Bento Teixeira.
Nome: BARBARA FARIA TOFOLI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/10/2021
Orientador:
Nome | Papel |
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LENI RIBEIRO LEITE | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANA LUCIA MACHADO DE OLIVEIRA | Suplente Externo |
CLEBER VINICIUS DO AMARAL FELIPE | Examinador Externo |
LENI RIBEIRO LEITE | Orientador |
PAULO ROBERTO SODRÉ | Examinador Externo |
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO | Suplente Interno |
Resumo: Nesta dissertação, mediante a análise de excertos epidíticos, deliberativos e judiciais, destacamos o viés retórico de Prosopopéia, de Bento Teixeira, um epílio escrito nos quinhentos na América Portuguesa e publicado em 1601 em Portugal, em conjunto com um relato de naufrágio. A obra foi por muito tempo considerada somente como manifestação literária, e não como literatura propriamente dita, sendo depreciada por parte da crítica brasileira, devido à sua suposta falta de qualidade e à imitação da épica camoniana. Por outro lado, nossa leitura do poema é feita por intermédio da reconstrução das especificidades do momento histórico em que este foi escrito, a partir de estudos predecessores nos quais se evidencia categorias da Retórica antiga nas práticas letradas coloniais. Os gêneros retóricos epidítico, deliberativo e judicial
foram preceituados por retores da Antiguidade clássica, quando determinavam os modos de bem falar na oratória greco-romana. Embora tenham sido sistematizados separadamente nas obras antigas, os três gêneros se relacionam ao estabelecimento do que seria comportamento modelar, pois o que se elogia também se aconselha e defende. Esses gêneros alcançaram a
Modernidade, sendo recuperados e dispostos nas letras luso-brasileiras dos séculos XVI ao XVIII, em que vigorava a recepção de preceitos retóricos antigos com acepções particulares ao contexto de anexação ao Império português. Partindo desses pressupostos, abordamos inicialmente os gêneros retóricos e o gênero poético épico, além de classificarmos o poema como um epílio. Em seguida, apresentamos distintas leituras sobre Prosopopéia e demarcamos a recuperação de princípios clássicos em seus versos, para então analisarmos a filiação aos gêneros retóricos na obra enquanto recurso argumentativo em favor dos propósitos éticoexpansionistas lusitanos.