"A CONSTITUIÇÃO DA PERSONA SATÍRICA NA OBRA DE JUVENAL
Nome: IANA LIMA CORDEIRO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 27/06/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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LENI RIBEIRO LEITE | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CHARLENE MARTINS MIOTTI | Suplente Externo |
LENI RIBEIRO LEITE | Orientador |
PAULO ROBERTO SODRÉ | Examinador Interno |
RAIMUNDO NONATO BARBOSA DE CARVALHO | Examinador Interno |
ROBSON TADEU CESILA | Examinador Externo |
Resumo: O presente trabalho analisa a construção de ethos da persona satírica nas
Sátiras do poeta romano Juvenal. A escassez de informações biográficas
empíricas acerca da vida desse autor, juntamente com a observação de uma
oscilação de tom em sua obra, teve como consequência um dissenso entre os
estudiosos de suas sátiras. A partir do entendimento do contexto histórico em
que o poeta viveu, bem como das características do gênero satírico que são
observáveis não apenas na obra de Juvenal, mas também nas de seus
predecessores, discutimos as duas grandes perspectivas de leitura dentro da
crítica juvenaliana: a leitura biográfica e a aplicação do conceito de persona
poética para a análise dos textos, que se ligam intrinsecamente à oscilação de
tom perceptível na obra. Unindo nosso estudo da obra a nossa ponderação
acerca dos argumentos de diferentes autores sobre tais questões, concluímos
que se constrói, na poesia de Juvenal, um ethos tão sólido e coeso que
defendemos que exista uma única persona satírica em sua obra, e que a
oscilação de tom não deve ser mais relevante que a recorrência temática. Desse
modo, observamos a constituição da voz do satirista em seu posicionamento
uniforme acerca de determinados temas ao longo dos textos, e organizamos
nossa análise em quatro categorias: a) o poeta de sátira; b) a condenação da
riqueza; c) sobre as mulheres e d) a sociedade em decadência. Observamos,
portanto, que o satirista constrói o ethos de um cidadão romano que escreve
como única alternativa para expressar sua indignação diante dos costumes
viciosos de seus contemporâneos, e que vê essa corrupção moral como tanto
causa quanto produto de uma decadência social irrecuperável.