Ética e Estética na (auto)ficção de Michel Laub e Imre Kertész
Nome: BRUNO JESUS BIANCHI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/05/2018
Orientador:
Nome | Papel |
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FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER | Orientador |
FRANCISCO ELIAS SIMÃO MERÇON | Suplente Externo |
JORGE LUIZ DO NASCIMENTO | Suplente Interno |
PAULO MUNIZ DA SILVA | Examinador Externo |
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO | Examinador Interno |
Resumo: As relações entre história e literatura vêm sendo fortemente tensionadas a partir de um
largo espectro de produções contemporâneas que atestam as figurações de elementos
históricos no interior de narrativas declaradamente ficcionais. Nessa esteira, a pesquisa
em questão objetiva promover o debate em torno de algumas implicações éticas
potencializadas nas obras Diário da queda (2011), de Michel Laub, e Liquidação (2003),
de Imre Kertész, considerando a articulação que se estabelece em ambas as narrativas
entre ficcionalidade, incorporação de elementos autobiográficos e memória do
Holocausto. Levando em conta a morte paulatina dos últimos sobreviventes do
Holocausto e da constatação do aproveitamento de dados históricos na ficção
contemporânea, serão investigadas as maneiras como a escrita de si, longe de relativizar
a barbárie em proveito de uma celebração narcísica da figura autoral, pode contribuir com
a manutenção da memória das catástrofes, se aliando, simultaneamente, ao gesto de
rememoração de eventos traumáticos da história coletiva sob a ótica dos vencidos,
preconizado por Walter Benjamin nas teses Sobre o conceito da história (1940), e à tarefa
derridiana de repensar a política, considerando a abertura ao inteiramente outro e o
imperativo de assumir uma máxima responsabilidade com a sobrevida. Os diálogos serão
construídos a partir de subsídios teóricos de alguns pensadores como Giorgio Agamben,
Walter Benjamin, Jacques Derrida, Maurice Blanchot, dentre outros.