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BAIÕES, BÁRBAROS, BAIHUNOS: A ANTROPOFAGIA COMO ALTERNATIVA DECOLONIAL NAS CANÇÕES DE BELCHIOR

Nome: CAMILA TEIXEIRA GABRIEL BAIÃO

Data de publicação: 20/12/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRESSA ZOI NATHANAILIDIS Examinador Interno
EDILBERTO JOSÉ DE MACEDO FONSECA Examinador Externo
LUIS RICARDO SILVA QUEIROZ Examinador Externo
SERGIO DA FONSECA AMARAL Examinador Interno
VIVIANA MONICA VERMES Presidente

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar as canções do cantor e compositor Belchior, numa perspectiva que considere o conceito de antropofagia como alternativa decolonial. A teoria estética proposta por Oswald de Andrade, ao início do século XX, teve como premissa o repensar da dependência cultural no Brasil. Utilizando-se do ritual antropofágico indígena como metáfora, o autor modernista propôs, conforme pontuou Haroldo de Campos (2010), um pensamento de devoração crítica de todo o legado cultural universal, com vistas a um sentido de transvaloração, capaz tanto de apropriação, como desierarquização e descontrução. Nossa hipótese consiste em associar tal investida à atual prerrogativa decolonial, que num ato de recusa à hegemonia europeia e norte-americana, preza por um esforço crítico de valorização da identidade latino-americana. Nesse caso, consideramos a antropofagia como alternativa decolonial na medida em que ela representa uma maneira original e crítica da consciência latino-americana de enfrentar o legado civilizacional e cultural eurocêntrico. Tendo em vista o interesse de Belchior em dialogar com autores da literatura e da música nacional e mundial, assim como seu empenho em representar a condição sócio-histórica da América Latina, o trabalho visa analisar o gesto de apropriação antropofágica do autor cearense na construção de temas como modernidade, colonialidade e decolonialiade/resistência em suas canções. Num primeiro momento, objetiva-se argumentar teoricamente em prol da antropofagia modernista como alternativa decolonial, a partir de autores como João Cesar de Castro Rocha (2011), Walter Mignolo (2008) e Aníbal Quijano (2005). Em seguida, propor-se-á um estudo sobre o gênero canção, os movimentos latino-americanos da Nueva Canción e da Nueva Trova Cubana, assim como uma investigação sobre a vida e a obra de Belchior e sua relação com o movimento Tropicalista (TATIT, 2012; CALOS, 2014; GRANATO, 2018). Por fim, serão analisadas as músicas “Apenas um rapaz latino-americano” (1976), “A palo seco” (1974), “Baihuno” (1993) e “Quinhentos anos de quê?” (1993), a fim de que sejam reconhecidas, no discurso literomusical do cantor e compositor nordestino, perspectivas antropofágicas e decoloniais comprometidas com a celebração da alteridade e do diálogo transcultural.

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