Nom quer eu donzela fea: misoginia nas cantigas satíricas de Afonso X
Nome: VANESSA GIULIANI BARBOSA TAVARES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/02/2018
Banca:
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Papel |
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FERNANDA SCOPEL FALCÃO | Examinador Interno |
FERNANDO MAUÊS DE FARIA JÚNIOR | Suplente Externo |
GERALDO AUGUSTO FERNANDES | Examinador Externo |
LENI RIBEIRO LEITE | Suplente Interno |
PAULO ROBERTO SODRÉ | Orientador |
Resumo: RESUMO
Estuda as personagens femininas nas cantigas satíricas de Afonso X (1221-1284), rei de Castela e Leão e trovador, fundamentando-se em estudos interdisciplinares: filológicos, crítico-literários, historiográficos e filosóficos. Aborda os discursos clericais, jurídicos e filosóficos da Antiguidade e Idade Média que consolidaram a tradição misógina ocidental e engendraram a condição social das mulheres entre os séculos XII e XIV, identificando os modelos estéticos e comportamentais prescritos para as nobres e plebeias. Por meio da investigação de critérios sociais relativos à beleza e feiura, reconhece a fealdade feminina como um dos motivadores do riso no escárnio e maldizer galego-português, observando algumas estratégias poético-retóricas empregadas pelos trovadores para a descrição de senhoras, velhas e soldadeiras e de suas particularidades físicas e morais condenadas pelos paradigmas vigentes no medievo. Diante disso, constata que as cantigas satíricas produzidas por Afonso X, embora voltadas para o entretenimento, configuram-se igualmente como uma literatura que, ao apontar o desajuste das satirizadas aos modelos de beleza e conduta prescritos para as mulheres, tornava-se um meio de difusão e manutenção da misoginia medieval, isto é, dos discursos essencialistas que promoveram o apagamento social e histórico do gênero feminino.
Palavras-chave: Sátira galego-portuguesa Afonso X. Cantigas de escárnio e maldizer Afonso X. Feiura feminina Tema literário. Misoginia medieval na poesia.