Vida Ficcional dos Objetos
Resumo: O estudo investiga a vida ficcional dos objetos, paráfrase de uma linha de pesquisa da antropologia, denominada a vida social dos objetos. Com o conceito, procuro analisar textos narrativos (e poemas, por que não?) sob a noção de arte formulada por Alfred Gell, antropólogo inglês (1945-1997). Ao afirmar que para estender a noção de Arte a todos os povos do planeta o que é, antes de tudo, uma decisão política é preciso afastá-la dos campos da estética clássica e do simbolismo, tomando por objeto de arte tudo aquilo que tem a capacidade de provocar uma ação, tudo agência. (In: Art and agency: an anthropological theory, apud: Renato Stutzman. O retorno dos antropófagos. In: Seminário de curadoria XXIV Bienal de São Paulo: Antropofagia e historias de canibalismo. Escola São Paulo Economia Criativa. Seminário realizado em 13/04/2013, p. 15. PDF) E mais: Gell explicita no seu The technology of enchantment, que a arte é afinal um sistema técnico socialmente orientado, isto é, o seu poder que é um poder manifestamente social resulta dos processos técnicos a que os objetos dão corpo. Assim, a tecnologia do encantamento está, segundo Gell, no encantamento da tecnologia (apud: Luís Quintais A teoria da arte de Alfred Gell e a ciência cognitiva recente, in: http://luisquintaisweb.wordpress.com/2013/01/16/a-teoriada-arte-de-alfred-gell-e-a-ciencia-cognitiva-recente/). Como se pode deduzir dessas entradas, o projeto-objeto procura relacionar-se com duplos objetos, e, por empatia, a proposta é entrar em choque e causar afecções em ambas esferas, no sujeito pesquisador e no objeto pesquisado, para observar pela lente ficcional o encantamento (fetiche?) proporcionado pelos e aos objetos ordinários.
Data de início: 27/02/2014
Prazo (meses): 24
Participantes:
Papel | Nome |
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Coordenador | SÉRGIO DA FONSECA AMARAL |