Ancestralidade , Pan-africanismo, Afro-brasilidade III

Resumo: O presente projeto tem por objetivo ler criticamente as configurações da ancestralidade - de matriz africana e dos povos originários, do pan-africanismo e da afro-brasilidade em narrativas de autores brasileiros e africanos de língua portuguesa, procurando depreender em que medida os escritores sinalizam a presença de elementos estruturais referentes à construção dos ancestrais no espaço ficcional e suas variadas figurações. As perguntas básicas que irão nortear os pressupostos teóricos do estudo têm como referenciais perceber em que medida a estética ancestral contribui significativamente para a construção narratológica? Como identificar as marcas ancestrais por meio de um discurso pautado na recuperação das experiências empíricas? Qual o papel da tradição oral no resgate do ancestre? Como podemos depreender o papel do personagem ancestral? Quais os objetivos de entender as narrativas da ancestralidade? Qual a importância das marcas ancestrais na construção discursiva dos autores brasileiros e africanos de língua portuguesa? E porque o cumprimento dos rituais concernentes à tradição bantu é tão importante? Por que os escritores escolhidos valorizam tanto as características ancestrais em suas obras? A encenação do ancestre é sempre diversificada nas narrativas? Em que medida a filosofia africana influenciou e influencia os autores afro-brasileiros? Dessa forma, procuraremos responder ao longo das análises a essas e outras perguntas através das marcas depreendidas gradativamente no decorrer das leituras, já que os enunciados em questão apresentam: elaboração de rituais, materialização do ancestral, os efeitos positivos e os efeitos negativos decorrentes de trabalhos específicos que não foram realizados em determinados momentos das narratologias para estabelecer o equilíbrio perdido. O suporte teórico para fundamentar essa pesquisa será buscado nos estudos sobre a memória, sobre oralidade, na Teoria da Literatura (em particular, nos Estudos Narrativos), na Sociologia, na História, na Antropologia e na Filosofia de origem africana com o intuito de estabelecermos um suporte teórico inovador na elaboração do livro sobre conceitos pan-africano e afro-brasileiro. As obras literárias escolhidas são: Orgia dos loucos (2008), de Ungulani Ba Ka Khosa; Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2003), de Mia Couto; O regresso do morto (1989), Amor de baobá (1998), ambos de Suleiman Cassamo; Noites de vigília (2013), de Boaventura Cardoso; Casa de Alvenaria (1961), Pedaços de Fome (1963) ambos de Carolina Maria de Jesus; Foi vovó que disse (2015), de Daniel Munduruku; A cura da terra (2015), de Eliane Potiguara; Insubmissas lágrimas de mulheres (2016), Olhos d’água (2014), esses últimos de Conceição Evaristo. Nesse estudo, buscaremos depreender as marcas da ancestralidade em um discurso literário performático que valoriza uma linguagem de cunho oral. Espera-se ao final da pesquisa produzir um material que sirva de suporte teórico sobre africanidade nas narrativas de Carolina Maria de Jesus. O ensino da afro-brasilidade e da africanidade tornou-se obrigatório no currículo de formação profissional nos dois segmentos educacionais (formação básica e superior). Desenvolveremos uma série de obras para atender a obrigatoriedade do ensino sobre Estudos africanos e afro-brasileiros. Cabe ressaltar que a temática proposta nessa pesquisa tornou-se obrigatória no ensino brasileiro a partir da lei 10.639 sancionada em 2003. Diante disso, no decorrer da pesquisa faremos a parte prática da proposta que é ministrar cursos e/ou oficinas para professores da Rede Pública de Vitória.

Data de início: 26/06/2021
Prazo (meses): 24

Participantes:

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Pesquisador MICHELE FREIRE SCHIFFLER
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