Flores do medo: o trabalho do ornamental em histórias fantásticas de Edgar Allan Poe
Nome: PALOMA LIMA SANTOS MARIANO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 08/03/2010
Orientador:
Nome | Papel |
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RAIMUNDO NONATO BARBOSA DE CARVALHO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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RAIMUNDO NONATO BARBOSA DE CARVALHO | Orientador |
PEDRO JOSÉ MASCARELLO BISCH | Suplente Interno |
MARCELO PAIVA DE SOUZA | Examinador Externo |
LENI RIBEIRO LEITE | Examinador Interno |
JOSÉ AMÉRICO DE MIRANDA BARROS | Suplente Externo |
Resumo: O objetivo desta dissertação é investigar a presença dos ornamentos, seus modos de funcionamento e a importância de seus efeitos para a construção do medo nos contos fantásticos de Edgar Allan Poe. Para tanto, selecionamos cinco contos fantásticos do autor A máscara da morte rubra, O coração denunciador, Berenice, O retrato oval e o poço e o pêndulo os quais julgamos proporcionar uma grande variedade de situações de angústia e medo, histórias propícias, portanto, para a análise que propomos realizar. Discutimos, primeiramente, diferentes perspectivas acerca do ornatus, com ênfase para a proposta do historiador e teórico da arte Jean-Claude Bonne, que cunhou o conceito de ornamentalidade. Essencial também para nossa pesquisa é a idéia de retoricidade e os sentidos que lhe atribuem David Wellbery e John Bender. A partir dessas bases teóricas, e tendo em vista que a retoricidade inter-relaciona as idéias que a retórica clássica sistematizou com mudanças e transformações variadas, criativas e próprias de cada texto, enfatizamos nos contos algumas figuras de retórica, com base nos conceitos presentes, sobretudo, na obra de Heinrich Lausberg. Para observarmos o trabalho do ornamental nos contos poeanos, consideramos necessário entender o ornatus fora de limitações categóricas, e sim como um modo de pensar e criar sentidos. Investigamos, portanto, a escrita de Edgar Allan Poe transdisciplinarmente, tendo em conta proposições de historiadores, filósofos, teóricos da arte e da literatura, tais como Georges Duby, Jean Delumeau, Michel Foucault, Daniel Arasse, Georges Didi-Huberman, Louis Marin e Franco Moretti, dentre outros. Pretendemos mostrar, pois, que é impossível realizar leituras sempre novas dos contos fantásticos de Poe, sem ter que recorrer à análise da psique do autor, conjecturar sobre sua biografia, ou especular sobre a psicologia de seus leitores.