Adornando um Velho Bandido: Sérgio Sampaio à Luz de Theodor W. Adorno

Nome: JORGE LUIS VERLY BARBOSA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 19/02/2018
Orientador:

Nome Papelordem crescente
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO Orientador

Banca:

Nome Papelordem crescente
SÉRGIO DA FONSECA AMARAL Suplente Interno
FRANCISCO ELIAS SIMÃO MERÇON Suplente Externo
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO Orientador
VIVIANA MÓNICA VERMES Examinador Interno
ROBSON LOUREIRO Examinador Interno

Páginas

Resumo: Esta tese se propõe a discutir o cancioneiro de Sérgio Sampaio, compositor capixaba (1947-1994), a partir da filosofia de Theodor W. Adorno. Partindo da revisita aos pressupostos centrais do pensamento adorniano concernentes à música popular – em especial aqueles contidos nos ensaios “O fetichismo na música e a regressão da audição” (1938), “Sobre música popular (1941) e “Moda intemporal – sobre o jazz” (1953) – e também valendo-se das propostas presentes em obras como Dialética do esclarecimento (1947), Minima Moralia (1955), Dialética negativa (1966) e Teoria Estética (1970), intenta-se – numa visada que se ampare no movimento de “mediação” indicado pelo autor alemão como o basilar de toda atividade filosófica e toda relação entre os sujeitos e os objetos provenientes da empiria social – uma abordagem das canções de Sampaio que evidencie tanto o potencial de crítica do existente e de uso criativo das relações estandardizadas inerentes aos produtos da indústria cultural (e da qual faz parte a própria canção popular), como aclarem a compreensão das ideias-forças pertencentes à constelação do pensamento de Adorno, promovendo a atualidade e a validade de ambos. Acionando conceitos como estandardização, esquematismo, regressão da audição, esclarecimento, fetichismo, glamorização, reificação, autonomia da arte, conteúdo de verdade, emancipação, dentre outros, e reavaliando-os – numa atitude a contrapelo da cristalização conceitual – na aplicação a uma porção significativa da produção sampaiana, pretende-se destacar como o compositor de Cachoeiro de Itapemirim, também ele marcado pela barbárie e pelo arbítrio da história brasileira na década de 1970 (sob o regime militar), foi capaz de transferir para os momentos formais de sua obra os dados opressivos e inerentes a ele como indivíduo e ao coletivo social. Enquanto artista representante, sua obra realizou um movimento emancipatório por uma via autônoma, antiengajada, transferindo ao material musical o horror de seu tempo. Suas canções estão marcadas por uma historicidade imanente, isto é, mensurável no plano estético, nos momentos de sua constituição, o que é a intenção deste trabalho discutir.

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