A escrita literária e a Olimpíada de Língua Porutguesa Escrevendo o futuro: memórias de uma professora

Nome: JOANA D'ARC BATISTA HERKENHOFF
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 18/12/2017

Banca:

Nomeordem crescente Papel
RENATA JUNQUEIRA DE SOUZA Orientador
PAULO ROBERTO SODRÉ Examinador Interno
GABRIELA RODELLA DE OLIVEIRA Suplente Externo
FERNANDO FRAGA DE AZEVEDO Examinador Externo
ESTER ABREU VIEIRA DE OLIVEIRA Suplente Interno

Páginas

Resumo: Esta tese articula Literatura e Educação ao referencial teórico da História Cultural, de Roger Chartier (representações, apropriações e práticas), com objetivo de analisar o ensino de escrita literária nos anos finais do ensino fundamental, com contribuições teóricas de Tauveron (2014) e Dalla-Bona (2012), Geraldi (2011), Calkins (1989), Vigotski (2009). Objetiva, especificamente, analisar a proposta pedagógica do Caderno do Professor, do programa oficial Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, que orienta o trabalho com a escrita do gênero textual “Memórias literárias”. Tem como sujeitos de pesquisa 26 professores de Língua Portuguesa da Rede Municipal de Ensino da Serra/ES, participantes da formação continuada, identificando perfis a partir de suas histórias de leitura e escrita literárias, formação inicial e concepções sobre literatura e seu ensino, por meio de questionário e entrevista semiestruturada. Por fim, descreve e analisa o portfólio de uma professora, que registra seu planejamento e trabalho com o gênero Memórias literárias. Conclui que: a) O gênero, como o título anuncia, aborda conteúdos e práticas da esfera literária. O discurso da Olimpíada, entretanto, num jogo ambíguo de incentivo e contenção, não evidencia a relação das escritas dos alunos com a escrita de escritores experientes, ambas compreendidas nesta tese como “escritas de intenção artística” (TAUVERON, 2014), o que analiso como instrumentalização da literatura, pretexto para ensino de habilidades escritoras em geral; b) A seleção de textos literários privilegia memórias de descendentes europeus, contribuindo para a construção de uma representação memorialista que exclui a memória ancestral da maioria dos estudantes das escolas públicas da Serra/ES, a memória de matriz africana; c) a apropriação da proposta pedagógica do caderno pela professora abrevia a etapa de revisão, o que leva a inferir uma concepção de escrita como produto e não como processo, porém, investe na motivação para a escrita literária e na publicação dos textos dos alunos, estratégias importantes para desenvolvimento de um “comportamento de autor” (TAUVERON, 2014), valorizando o trabalho com o gênero Memórias literárias como forma de conhecimento da história e da cultura do município para a criação de vínculos de pertencimento.

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