Teoria e Prática do Elogio das Obras de Plínio, o Jovem

Nome: KÁTIA REGINA GIESEN
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 04/02/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LENI RIBEIRO LEITE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADRIANO SCATOLIN Examinador Externo
ARTUR COSTRINO Examinador Externo
CHARLENE MARTINS MIOTTI Examinador Externo
GILVAN VENTURA DA SILVA Suplente Externo
LENI RIBEIRO LEITE Orientador

Páginas

Resumo: Esta tese apresenta e discute, a partir da análise de exemplares selecionados do conjunto das Cartas de Plínio, o Jovem, e do texto do Panegírico ao imperador Trajano, as concepções do autor acerca da constituição, estilo e função dos encômios, pertencentes ao gênero epidítico da Retórica. Embora haja provas da ascensão da eloquência elogiosa durante os séculos I e II d.C.,
processo para o qual Plínio contribuiu bastante ao assumir esse tipo de discurso como forma legítima de expressão e ao utilizá-lo frequentemente em seus escritos, não há, nesse mesmo contexto, fontes que discutam o assunto em nível tratadístico-retórico. Portanto, examinando os textos do autor pelo confronto com teorias e práticas do encômio antigas e a partir de
conceitos da Análise do Discurso propostos por Dominique Maingueneau, este trabalho propõe uma espécie de teoria do epidítico laudatório não necessariamente escrita, mas inscrita na obra pliniana. Como resultado, o estudo identifica que, quanto às estruturas e temas, a prática
encomiástica proposta por Plínio mantém certo padrão tradicional do terceiro gênero da
oratória, com adaptações específicas às circunstâncias de produção e publicação de cada texto. Todavia, as Cartas e o Panegírico empregam de maneira constante um vocabulário encomiástico, ainda que não necessariamente técnico da preceituação retórica, que aponta, por meio da abertura de fissuras meta- e interdiscursivas, para um debate em curso naquele
momento sobre a aplicabilidade desses louvores, suas funções, finalidades e condições de recepção pela audiência. O estudo conclui que, no epistolário, além da variedade e abundância de encômios — advindos de práticas oratórias, epistolares e poéticas —, que são ressignificados pelos contornos de produção e circulação das cartas, Plínio evidencia um debate em torno da legitimação por meio das relações político-sociais e literárias. Ao mesmo tempo que elogia uma diversidade de personagens, o missivista busca construir, por meio dessas trocas epidíticas, uma autoridade discursiva necessária para essa mesma prática laudatória e para os vínculos coletivos das quais ela participa. A gratiarum actio, por sua vez, é parte de um trabalho criador pliniano que a ressignifica. Para além de um discurso de demanda pública e institucional cumprida no
senado, pelo cônsul, ela se configura como uma espécie de tratado sobre os valores ideais de um bom governante imperial romano ao mesmo tempo em que é um exemplo prático do tipo de oratória que pode ser usada para dirigir-se a esse mesmo modelo autocrático. Desse modo, Plínio responde, com um elogio abundante e repleto de ampliações, pleiteado como sincero econstruído sobre uma série de comparações, não apenas à obrigação imposta pelo consulado,
mas ao período de transição de dinastias e à necessidade de legitimação de um novo governo.
Palavras-chave: Epidítico – elogio. Plínio, o Jovem – Panegírico. Plínio, o Jovem – Cartas.

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