MACHADO DE ASSIS: CINISMO E REALISMO

Nome: MARCELO BURMANN DOS SANTOS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/07/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUÍS EUSTÁQUIO SOARES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA AGUIAR COTRIM Examinador Externo
LEONARDO MENDES NEVES FELIX Suplente Interno
LUÍS EUSTÁQUIO SOARES Orientador
SÉRGIO DA FONSECA AMARAL Examinador Interno
VERA AGUIAR COTRIM Suplente Externo

Resumo: A presente dissertação analisou o problema do cinismo e do realismo na obra de Machado de Assis (1839-1908). Sabe-se que Machado figura o panteão dos cânones das literaturas nacionais, quiçá internacionais. Não à toa, revisitar a obra do nosso grande realista constituiu uma tarefa árdua, uma vez que, sobre ela, já se disse tudo aparentemente: da crítica de folhetim, passando pelos meandros da crítica especializada — de cariz biográfico, formalista, sociológico etc. — é facilmente constatado o prestígio de que, ainda no mundo contemporâneo, a obra machadiana goza. Assim, sem jamais abrir mão de frequentar essa fortuna crítica, postulou-se o problema que empreendemos nesta pesquisa, revendo Machado mais uma vez: a relação entre desenvolvimento de forças produtivas capitalistas na colônia, a peculiaridade do capitalismo brasileiro e como as práticas coloniais e semicoloniais do Brasil do oitocentos são conformadas na obra do nosso autor. Para isso, serviu-nos de insumo teórico inicial a obra Crítica da Razão Cínica (2012), de Peter Sloterdijk, que nos iluminou na compreensão do cinismo como maneira de conceber as relações inter e intraclasses sociais na modernidade capitalista efetiva (ECHEVERRÍA, 2011), sem abrir mão, contudo, do elemento cínico da antiguidade, isto é, a insolência ou o riso plebeu, artifício capaz de perturbar as condutas dos sérios ou dos conformistas. Também são imprescindíveis, para esta pesquisa, os estudos estéticos marxistas de Györg Lukács ao longo de seus mais de quarenta anos de reflexão e de produção bibliográfica acerca dos desdobramentos e das configurações da realidade em constante mutação em matéria de ficção, com destaque para narrativas. Ou seja, o problema do realismo com a realidade. Outro estudo para o qual temos grande dívida são as investigações de Roberto Schwarz, sobretudo em Um mestre na periferia do capitalismo (2000b), que nos trouxe luz para a investigação dos problemas da forma do romance machadiano que elencamos para fins analíticos, Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), e a peculiaridade do capitalismo brasileiro do século XIX. Dessa forma, dentro dos limites das investigações proporcionados por um breve período acadêmico de mestrado, é que tentamos singelamente prestar uma contribuição à fortuna crítica de um dos escritores mais extraordinários da literatura brasileira.
Palavras-chave: Machado de Assis. Cinismos. Realismo. Brasil. Capitalismo.

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