As Configurações da Ancestralidade em Obras de Autores Africanos de Língua Portuguesa

Resumo: O presente projeto tem por objetivo ler criticamente as configurações da ancestralidade em narrativas de autores africanos de língua portuguesa, procurando depreender em que medida os escritores sinalizam a presença de elementos estruturais referentes à construção dos ancestrais no espaço ficcional e suas variadas figurações. As perguntas básicas que irão nortear os pressupostos teóricos do estudo têm como referencial perceber em que medida a ancestralidade contribui para a construção narratológica? Como identificar as marcas ancestrais por meio de um discurso pautado na recuperação das experiências empíricas? Qual o papel da tradição oral no resgate do ancestre? Como podemos depreender o papel do personagem ancestral? Quais os objetivos de entender as narrativas da ancestralidade? Qual a importância das marcas ancestrais na construção discursiva dos autores africanos de língua portuguesa? E porque o cumprimento dos rituais concernentes à tradição bantu é tão importante? Por que os escritores escolhidos valorizam tanto as características ancestrais em suas obras? A encenação do ancestre é sempre diversificada nas narrativas? Dessa forma, procura-se ao longo das análises responder a essas e outras perguntas através das marcas depreendidas gradativamente no decorrer das leituras, já que os enunciados em questão apresentam: elaboração de rituais, materialização do ancestral, os efeitos positivos e os efeitos negativos decorrentes de trabalhos específicos que não foram realizados em determinados momentos das narratologias para estabelecer o equilíbrio perdido.
O suporte teórico para fundamentar essa pesquisa será buscado nos estudos sobre a memória, sobre oralidade, na Teoria da Literatura (em particular, nos Estudos Narrativos), na Sociologia, na História, na Antropologia e na Filosofia. As obras são: O alegre canto da perdiz (2010), de Paulina Chiziane; Orgia dos loucos (2008), de Ungulani Ba Ka Khosa; Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2003), de Mia Couto; A última tragédia (2006), de Abdulai Sila e Momentos de ilusão (2000), de Fragata de Morais. Nesse estudo, buscaremos depreender as marcas da ancestralidade em um discurso literário performático que valoriza uma linguagem de cunho oral.

Data de início: 03/03/2017
Prazo (meses): 24

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