Ficção ou sincronicidade?

Resumo: Analisaremos um aspecto inusitado de “Sobre a escova e a dúvida”, um dos quatro prefácios de Tutaméia: terceiras histórias, de João Guimarães Rosa: a série de coincidências estranhas envolvendo um projetado romance do escritor, de título A fazedora de velas, a sua própria existência e, ainda, a novela Dona Sinhá e o filho padre, de Gilberto Freyre, a qual também entrou num jogo de semelhanças incomuns com a vida do seu autor. Mesmo que anômalas, tais coincidências não precisam ser consideradas inexplicáveis, pois foi proposta uma conceituação supostamente apta a dar conta de fenômenos semelhantes: a de sincronicidade, de Carl Gustav Jung. Com o auxílio do cientista Wolfgang Pauli, Jung estabeleceu interessantes paralelos entre o fenômeno de sincronicidade e a física moderna (sobretudo a mecânica quântica), os quais pretendemos explorar, em nossa pesquisa sobre o texto de Guimarães Rosa. Se, de acordo com a chamada Interpretação de Copenhague da física quântica, não há separação nítida, na esfera dos fenômenos subatômicos, entre sujeito pesquisador e objeto pesquisado, igualmente Jung vislumbrou, no terreno macroscópico do cotidiano, uma espécie de intercessão entre a experiência contextual (dita externa) e a atividade mental (dita interna), que o psicólogo tratou como psicóide (ligado ao que ele considerou inconsciente coletivo).

Data de início: 01/07/2011
Prazo (meses): 12

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