Tempo, extratemporalidade e narrativa em Julio Cortázar

Nome: KAMILA BRUMATTI BERGAMINI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 01/06/2007

Resumo: Este trabalho interessa-se pela mimese do tempo da forma como é apresentada nas narrativas de Julio Cortázar. Três contos do autor têm especial atenção: La noche boca arriba e Una flor amarilla — que aparecem na coletânea Final del juego (1956) — bem como El perseguidor — este de Las armas secretas (1959). O estudo leva em conta a constante reconfiguração das referências do real e do fictício,
da memória e do esquecimento, da originalidade e da repetição. Analisa-se igualmente o papel crítico do doble na significação dos componentes narrativos, capaz de desestabilizar a univocidade de sentido dos signos. Verifica-se nos textos os diálogos intratextuais, intertextuais e extratextuais à luz da conceituação sugerida por Paul Ricoeur, segundo a qual o mundo humano é fundamentalmente um produto de linguagem, e o tempo, um produto de narratividade. Apresenta-se a noção de extratemporalidade no intuito de alargar as bases conceituais do tema tempo. Na busca por novas formas de transmitir a temporalidade, põe-se em discussão os conceitos heideggerianos de historicidade, pre-sença e ser-para-a-morte. Nesse espaço de ampliação dos sentidos, observa-se o lúdico da escritura, a ruptura com o hábito e a pluralização da cultura lançados no texto fantástico, propostas estas que transformam a literatura em lugar de superação das certezas discursivas.

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