Nas Huellas de Valenzuela: Marcas de Resistência, Memória e Cicatriz da Ditadura Militar Argentina na Narrativa de Luisa Valenzuela

Nome: VITOR BOURGUIGNON VOGAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 09/03/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA MIRTIS CASER Examinador Interno
MARIA PAULA SIBILIA Suplente Externo
PAULO ROBERTO DE SOUZA DUTRA Suplente Interno
PEDRO ANTONIO FREIRE Examinador Externo
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO Orientador

Resumo: RESUMO

De 1976 a 1983, a Argentina foi governada por uma ditadura militar. Para manter a população sob controle e eliminar qualquer ameaça à ordem instituída, esse regime autoritário praticou algumas estratégias de dominação no contexto da chamada guerra suja. Nesta dissertação, trataremos de comprovar como Luisa Valenzuela buscou, particularmente entre as décadas de 70 e 90, exercer o que ela mesma tratava como compromisso ético do escritor: denunciar o que os outros nem sequer ousavam mencionar. Baseados em reflexões de Alfredo Bosi, buscaremos demonstrar como, sem perder de vista a qualidade estética nem abrir mão do cuidado com a linguagem, Valenzuela exercitou uma narrativa de resistência, seja tomando-a como tema, seja, destacadamente, como processo inerente à própria escrita. Para isso, valeu-se daquilo que denominamos estratégias de resistência: contra o monopólio do discurso, adotou a pluralidade de vozes, a relativização da realidade e a exposição do discurso literário (logo, de qualquer outro) como construção; para se opor à supressão das diferenças, usou fartamente a ambiguidade e pôs em primeiro plano o mesmo eu que o regime preferia anular; para enfrentar a difusão do medo e o uso sistemático da violência como política de Estado, recorreu ao humor, ao sexo e à erotização da violência mesma; para lutar contra o silêncio e o esquecimento patrocinados pelas autoridades, manifestou a coragem de oferecer um testemunho literário da barbárie inominável, fazendo-o por meio de obras de teor orgulhosamente ficcional. Consciente do poder desestabilizador da palavra, Valenzuela usou como arma declarada a linguagem literária, tão letal e manipulável quanto o veneno dos sapos cuspidos ao falar por uma de suas personagens.

Palavras-chave: Luisa Valenzuela; Resistência; Memória.

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